Promoção da igualdade<br>tem impacto na economia,<br>conclui estudo

IGUAL­DADE Um es­tudo con­clui que a aposta na igual­dade entre Ho­mens e Mu­lheres po­deria dar um forte im­pulso à eco­nomia eu­ro­peia.

De­si­gual­dades não podem ser des­li­gadas das po­lí­ticas da UE

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O es­tudo, ela­bo­rado pelo Ins­ti­tuto Eu­ropeu para a Igual­dade de Gé­nero (EIGE, na sigla em in­glês) e di­vul­gado por oca­sião do Dia In­ter­na­ci­onal da Mu­lher, afirma que uma maior igual­dade de gé­nero na Eu­ropa im­pul­si­o­naria o cres­ci­mento do Pro­duto In­terno Bruto (PIB), ele­vando as taxas de em­prego e de pro­du­ti­vi­dade, cons­ti­tuindo ainda uma res­posta aos de­sa­fios do en­ve­lhe­ci­mento da po­pu­lação.
Se as mu­lheres ti­vessem igual­dade de opor­tu­ni­dades nas áreas da ci­ência, tec­no­logia, en­ge­nharia e ma­te­má­tica, isso «con­du­ziria a um cres­ci­mento da taxa de em­prego da União Eu­ro­peia de entre 0,5 pontos per­cen­tuais (pp) e 0,8pp até 2030 e de entre 2,1pp e 3,5pp até 2050».
O EIGE es­tima que se houver pro­gressos rá­pidos, será pos­sível criar 10,5 mi­lhões de postos de tra­balho, 7,6 mi­lhões dos quais para mu­lheres e elevar a taxa de em­prego até pró­ximo dos 80 por cento em 2050.
O ins­ti­tuto con­si­dera ainda que a re­dução do fosso sa­la­rial entre ho­mens e mu­lheres é uma das formas para atrair mais mu­lheres ao mer­cado de tra­balho. E sa­li­enta que a cri­ação de novos em­pregos para as mu­lheres é par­ti­cu­lar­mente im­por­tante pelo im­pacto na re­dução da po­breza, uma das metas pri­o­ri­tá­rias da es­tra­tégia Eu­ropa 2020.
Por outro lado, esta aposta teria im­pacto no PIB mais forte do que ou­tras me­didas ao nível do mer­cado de tra­balho ou da edu­cação.
«Me­lho­rando a igual­dade de gé­nero, em 2050 ha­veria um au­mento do PIB da União Eu­ro­peia per ca­pita entre 6,1 e 9,6 por cento, o que re­pre­senta entre 1,95 bi­liões de euros e 3,15 bi­liões de euros», cal­cula o es­tudo.
A margem de cres­ci­mento é maior nos países onde a igual­dade de gé­nero não tem sido uma pri­o­ri­dade. Nestes casos, o EIGE cal­cula que, em média, possa haver um au­mento do PIB per ca­pita de 12 por cento até 2050.
O mais re­cente Índice de Igual­dade de Gé­nero do EIGE, pu­bli­cado em 2015, mas re­la­tivo a 2012, atri­buía a Por­tugal uma clas­si­fi­cação de 37,9 contra 52,9 da média eu­ro­peia.
O que o es­tudo não re­fere, como lem­brou o de­pu­tado co­mu­nista João Pi­menta, an­te­ontem, 14, no Par­la­mento Eu­ropeu, é que «as de­si­gual­dades entre ho­mens e mu­lheres se têm apro­fun­dado nos mais ele­men­tares planos da vida, num re­tro­cesso ci­vi­li­za­ci­onal sem pre­ce­dentes e que esta re­a­li­dade não pode ser des­li­gada quer das po­lí­ticas de ex­plo­ração e do lucro, quer das po­lí­ticas da União Eu­ro­peia, no­me­a­da­mente das po­lí­ticas de aus­te­ri­dade e de em­po­bre­ci­mento que pro­movem os baixos sa­lá­rios, a pre­ca­ri­zação do tra­balho e a des­re­gu­lação la­boral e do ho­rário de tra­balho».

 



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